Psicólogos alertam que é bom levar a sério as reclamações das crianças.

Um dos momentos difíceis da vida é entrar para a escola e aprender a lidar com o outro.
É na escola que as crianças vivenciam as primeiras experiências de socialização.
Entrar em contato com o outro significa, entre outras coisas, perceber que cada um é de um jeito.
Os problemas aparecem quando lidar com as diferenças vira um problema.
Muita gente recebe apelidos que não gosta, é rejeitado por ser diferente, etc. Mas, quando a provocação é freqüente recebe o nome de bullying.
Psicólogos alertam que é bom levar a sério as reclamações das crianças.

Essa história de debochar do colega não é um comportamento das gerações atuais. Adultos também sabem o que é isto... Quem não se lembra de algum apelido do tempo de colégio?

O fenômeno bullying, que, em inglês, define o mau-trato a uma pessoa, virou pauta de estudo para os psicólogos. A pedagoga Cláudia Ribeiro explica que os atos de bullying começam a aparecer quando a criança é bem pequena. É importante diferenciar as implicâncias esporádicas que acontecem entre crianças e adolescentes do bullying (ações repetidas durante um período de tempo).
Essa prática pode ferir uma pessoa, deixá-la magoada.

Pesquisas calculam que de 5% a 35% das crianças em idade escolar são vítimas de insultos ou são agressoras.
A reclamação dessas crianças deve ser considerada porque as conseqüências podem ser sérias, como não querer ir à escola, se isolar, ter problemas de relacionamento com os outros, etc.
Em uma escola do RJ, as professoras começaram a receber queixas de crianças que se sentiam rejeitadas pelas outras. A turma foi chamada para uma conversa antes que o bullying começasse a afetar a rotina de alguns estudantes. E deu resultado.

Em casos extremos, vítimas de bullying podem reagir com violência. É o que aconteceu na escola americana de Columbine, onde dois alunos mataram 12 colegas, um professor e depois se suicidaram. Outro exemplo é a tragédia na cidade de Remanso, na Bahia, onde um adolescente matou uma menina de 13 anos, uma secretária e feriu outras três.
Segundo especialistas, os autores desses massacres eram estudantes rejeitados pelo grupo, alvos de bullying.

Se as agressões forem freqüentes, os pais têm que procurar a escola e não incentivar os filhos a revidar as piadas ou maus-tratos.
Os educadores são os mais indicados para lidar com o bullying e os alunos não devem ter vergonha de pedir ajuda.

Para encerrar, algumas recomendações dos próprios jovens para alguém que presenciar um ato do bullying:
- Diga para o agressor se colocar no lugar da vítima. Ele certamente não gostaria de passar pela situação que seu colega vive agora;
- As brincadeiras de mau gosto só funcionam quando o agressor encontra uma platéia, gente que se diverte às custas da humilhação do outro. Melhor conselho: ignore o "engraçadinho";
- Fique perguntando sobre o problema só deixa a vítima mais constrangida. Procure ajudá-la, em vez de ficar lembrando por que ela está sendo zoada;
- Nunca use a violência para resolver qualquer situação de brincadeira de mau gosto;
- Converse ajuda a reduzir a tensão, mas em casos mais graves é melhor informar a direção da escola.

No sítio, Ana Maria conversou sobre o assunto com os atores Sérgio Honkjakoff e Renato Franco, ambos de Malhação.